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Foto do escritorDR JOSÉ AUGUSTO NASSER PHD

Gastar tempo em tarefas domésticas pode melhorar a saúde cerebral




Isso foi observado no hipocampo, que desempenha um papel importante na memória e na aprendizagem, e no lobo frontal, que está envolvido em muitos aspectos da cognição

Passar tempo realizando tarefas domésticas pode ajudar a melhorar a saúde cerebral, especialmente para idosos. Pesquisadores descobriram que idosos que passavam mais tempo se envolvendo em trabalho doméstico tinham maior volume cerebral, especificamente no lobo frontal e no hipocampo, áreas cerebrais associadas à memória e cognição.

Fonte: Baycrest Center for Geriatric Care

Engajar-se em tarefas domésticas pode ser benéfico para a saúde cerebral em idosos. Em um estudo recente de Baycrest, idosos que passaram mais tempo em tarefas domésticas mostraram maior tamanho cerebral, que é um forte preditor da saúde cognitiva.

"Os cientistas já sabem que o exercício tem um impacto positivo no cérebro, mas nosso estudo é o primeiro a mostrar que o mesmo pode ser verdade para as tarefas domésticas", diz Noah Koblinsky, autor principal do estudo, Fisiologista do Exercício e Coordenador de Projetos do Instituto de Pesquisa Rotman (RRI) de Baycrest.

"Entender como diferentes formas de atividade física contribuem para a saúde cerebral é crucial para o desenvolvimento de estratégias para reduzir o risco de declínio cognitivo e demência em idosos."

Neste estudo, publicado na revista BMC Geriatrics, os pesquisadores analisaram as ligações entre tarefas domésticas, volume cerebral e cognição em um grupo de 66 idosos cognitivamente saudáveis que vivem na comunidade. Os participantes participaram de três consultas de avaliação no Hospital Baycrest, incluindo avaliação de saúde, imagem cerebral estrutural e avaliação cognitiva.

Os participantes foram questionados sobre o tempo que gastaram em tarefas domésticas, como arrumação, pó, preparação e limpeza de refeições, compras, trabalho doméstico pesado, trabalho no quintal, reparos domésticos e cuidados.

Os pesquisadores descobriram que os idosos que passavam mais tempo se engajando nessas atividades tinham maior volume cerebral, independentemente de quanto exercício faziam. Isso foi observado no hipocampo, que desempenha um papel importante na memória e aprendizagem, e no lobo frontal, que está envolvido em muitos aspectos da cognição.

Embora seja possível que indivíduos com cérebros maiores sejam mais propensos a assumir tarefas domésticas, pode haver várias explicações para os benefícios cerebrais da atividade física doméstica.

Primeiro, sabemos que a saúde do coração está intimamente ligada à saúde cerebral. Pode ser que as tarefas domésticas tenham um efeito semelhante no coração e nos vasos sanguíneos como exercício aeróbico de baixa intensidade.

Em segundo lugar, o planejamento e organização envolvidos nas tarefas domésticas podem promover a formação de novas conexões neurais ao longo do tempo, mesmo à medida que envelhecemos.


Em terceiro lugar, pode ser que os idosos que se engajaram em mais tarefas domésticas passaram menos tempo sendo sedentários, o que tem se mostrado associado a desfechos negativos de saúde, incluindo má saúde cerebral.

"Além de ajudar a orientar as recomendações de atividade física para idosos, esses achados também podem motivá-los a serem mais ativos, uma vez que as tarefas domésticas são um aspecto natural e muitas vezes necessário do cotidiano de muitas pessoas e, portanto, parecem mais atingíveis", diz a Dra. e autor sênior deste estudo.

Este estudo foi financiado em parte pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde (CIHR).

Como próximo passo, os pesquisadores gostariam de avaliar a atividade física doméstica de forma mais objetiva usando a tecnologia vestível. Com financiamento adicional, eles também poderiam planejar ensaios controlados com o objetivo de aumentar a atividade doméstica dos indivíduos e estudar as mudanças cerebrais ao longo do tempo.

“Household physical activity is positively associated with gray matter volume in older adults” by Noah D. Koblinsky, Liesel-Ann C. Meusel, Carol E. Greenwood and Nicole D. Anderson. BMC Geriatrics


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