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Foto do escritorDR JOSÉ AUGUSTO NASSER PHD

Quando o gosto e a saúde competem, o sabor tem uma vantagem oculta




Leva um pouco mais de tempo para incluir informações sobre alimentos saudáveis no processo de escolha entre o sabor e a saúde de um lanche.

Fonte: Duke University

Você corre em uma loja de conveniência para um lanche rápido, localizá-lo uma maçã e pegar uma barra de chocolate em vez disso. O baixo autocontrole pode não ser o único fator por trás de sua escolha, sugere uma nova pesquisa. Isso porque nossos cérebros processam informações de gosto primeiro, antes de considerar informações de saúde, de acordo com uma nova pesquisa da Duke University.

"Gastamos bilhões de dólares todos os anos em produtos dietéticos, mas a maioria das pessoas falha quando tenta fazer dieta", disse o coautor do estudo Scott Huettel, professor de psicologia e neurociência na Duke. "O gosto parece ter uma vantagem que nos prepara para o fracasso."

"Para muitos indivíduos, as informações de saúde entram no processo de decisão tarde demais (em relação às informações de gosto) para direcionar as escolhas para a opção mais saudável."

O novo artigo, que aparece em 5 de julho no Nature Human Behavior, descreve a vantagem que o gosto tem sobre a saúde no processo de tomada dedecisão.

"Sempre assumimos que as pessoas fazem escolhas insalubres porque essa é a sua preferência ou porque elas não são boas em autocontrole", disse a coautora do estudo Nicolette Sullivan. "Acontece que não é apenas uma questão de auto-controle. A saúde é mais lenta para o seu cérebro estimar – leva mais tempo para você incluir essas informações no processo de escolha entre as opções."

A pesquisa foi realizada quando Sullivan era um associado de pós-doutorado em Duke. Ela agora é professora assistente de marketing na London School of Economics and Political Science.

Para o estudo, Sullivan e Huettel recrutaram 79 jovens adultos com idade mediana de 24,4 anos. Os participantes do estudo foram convidados a jejuar por quatro horas antes do experimento para garantir que eles chegassem com fome.

Os participantes foram convidados a avaliar os lanches em sua desaza, saúde e desejo. Eles foram então apresentados com pares de alimentos e solicitados a escolher entre eles – e os pesquisadores cronometraram suas escolhas.

Ao final do experimento, foi oferecido aos participantes um dos alimentos escolhidos.

Os participantes do estudo registraram informações de gosto no início de seu processo de decisão – levando em média cerca de 400 milissegundos para incorporar informações de sabor. Os participantes demoraram o dobro para incorporar informações sobre a saúde de um lanche em suas decisões.

Isso pode não parecer muito tempo. Em muitos casos, porém, é suficiente para alterar a escolha que fazemos.

"Nem todas as decisões são tomadas rapidamente – compra de casas, indo para a faculdade – as pessoas levam tempo para fazer essas escolhas", disse Huettel. "Mas muitas decisões que tomamos no mundo são rápidas – as pessoas buscam algo no supermercado ou clicam em algo online."

Os autores dizem que suas descobertas podem se aplicar a outras escolhas, não apenas à comida. Por exemplo, algumas decisões financeiras, como salvar e gastar escolhas, também podem ser afetadas por como – e quando – o cérebro processa diferentes tipos de informações.

Enquanto isso, nem tudo está perdido na guerra contra os desejos de junk food.

Metade dos participantes do estudo recebeu uma sinopse antes do experimento, ressaltando a importância de comer de forma saudável. Esses participantes tiveram menor probabilidade de escolher um lanche não saudável.

Os autores também identificaram algo simples que pode ajudar as pessoas com suas escolhas alimentares: retardar o processo de tomada de decisão.

Quando os participantes do estudo demoraram mais para considerar suas opções, eles tendem a escolher as mais saudáveis.

"Pode haver maneiras de criar ambientes para que as pessoas tenham mais facilidade em fazer escolhas saudáveis", disse Huettel. "Você quer facilitar que as pessoas pensem sobre a saúde dos alimentos, o que ajudaria a estimular as pessoas a tomar melhores decisões."

Duke University

Contact: Alison Jones – Duke University

“Healthful choices depend on the latency and rate of information accumulation” by Nicolette J. Sullivan and Scott A. Huettel. Nature Human Behavior


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