A equipe descobriu que nossa capacidade de formar julgamentos sobre as expressões faciais das pessoas tem ligações estreitas com as velocidades em que essas expressões são produzidas e também está intimamente relacionada com as maneiras pelas quais produzimos essas expressões nós mesmos.
Nossa habilidade de reconhecer a emoção nos outros depende da velocidade com que processamos expressões faciais.
A velocidade com que produzimos expressões faciais desempenha um papel importante em nossa capacidade de reconhecer emoções em outras, de acordo com novas pesquisas na Universidade de Birmingham.
Uma equipe da Faculdade de Psicologia da Universidade realizou pesquisas que mostraram que as pessoas tendem a produzir expressões felizes e raivosas mais rapidamente, enquanto expressões tristes são produzidas mais lentamente.
A equipe descobriu que nossa capacidade de formar julgamentos sobre as expressões faciais das pessoas tem ligações estreitas com as velocidades em que essas expressões são produzidas e também está intimamente relacionada com as maneiras pelas quais produzimos essas expressões nós mesmos. O estudo é publicado na Emotion.
"Ser capaz de reconhecer e interpretar expressões faciais é uma parte vital da interação social", explicou a autora principal, Dra Sophie Sowden. "Embora entendamos as características espaciais de uma expressão – a forma como a boca se move em um sorriso, por exemplo – as velocidades em que as expressões são produzidas são muitas vezes negligenciadas. A capacidade de captar e interpretar rapidamente essas pistas também poderia ajudar as pessoas a julgar expressões faciais, mesmo quando o uso de máscaras pode limitar outras pistas visuais."
Dr. Sowden acrescentou: "Entender melhor como as pessoas interpretam essa importante sugestão visual, poderia nos dar novas percepções sobre o diagnóstico de condições como Transtorno do Espectro Autista ou Doença de Parkinson. Isso ocorre porque pacientes com essas condições muitas vezes reconhecem expressões faciais de forma diferente, ou exibem expressões de forma diferente."
No estudo, a equipe pediu às pessoas que criassem expressões faciais direcionadas a uma câmera, e usou um programa de software de código aberto chamado OpenFace para rastrear seu movimento facial. Eles mediram a velocidade de movimento em regiões do rosto conhecidas por serem importantes na produção de expressão, inclusive ao redor das sobrancelhas, do nariz e da boca, bem como no rosto como um todo.
Na primeira parte do experimento, os pesquisadores investigaram a velocidade média com que os participantes produziram diferentes expressões. Eles foram convidados a produzir "expressões posadas", bem como expressões durante a fala, e expressões espontâneas foram gravadas em resposta a vídeos indutores de emoções. Curiosamente, eles mostraram diferenças de velocidade entre as emoções depende da região do rosto e do "tipo" de expressão sendo considerado.
Em uma segunda fase do estudo, a equipe investigou o que aconteceria se capturassem versões esquemáticas de expressões faciais sendo produzidas e manipulassem as velocidades envolvidas. Neste experimento, os pesquisadores descobriram que, à medida que o ato de expressão era acelerado, as pessoas ficavam melhores em reconhecê-lo como feliz ou irritado, enquanto que se fosse mais lento, as pessoas a identificariam com mais precisão como triste.
Além de ser importante para o diagnóstico precoce do autismo e da doença de Parkinson, os pesquisadores acreditam que o trabalho também pode ser útil em uma série de aplicações de inteligência artificial, como o software de reconhecimento facial.
“The Role of Movement Kinematics in Facial Emotion Expression Production and Recognition” by Sowden et al. Emotion
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